sexta-feira, 13 de agosto de 2010

the midnight hour.

Fernando invade os pensamentos, mastiga o meu ódio e me encara com olhos cautelosos.
Eu sinto o seu "Blues", ele sente o meu "Jazz". Nós ouvimos algo entre George Benson e Dionne Warwick.
Eu digo que o acho "Um pão". Ele sussura com voz grave em baixo tom: "Brotinho".
Seu cabelo loiro brilha tanto na luz artificial. Imagino como seria no Sol. Penso que é uma pena só nos encontrarmos durante a noite.
Ele diz que guarda minha paixão dentro de seu amor. Sinto que talvez nos casemos algum dia, um pensamento relapso. Enquanto nos encaramos, ele refaz o penteado com a mão esquerda, e sua íris reflete um verde-dourado-meio-mostarda que me hipnotizam. Sim, nós vamos casar algum dia.
Fernado me abraça forte. Ele pergunta: "Paris, minha Audrey?"
"Sim, Paris. No final da tarde, embalados por algum clássico francês, e depois, um café. É lá que direi a você, querido James Dean."
O Sol nascia, e ele tinha que ir. Compartilharíamos, por mais um dia, nosso segredo, num paralelo
de desconhecidos e um ciúme silencioso. "Au Revoir" e um beijo, é tudo que nos resta.
Ele não notou, mas eu já havia dito: Je t'aime, petit.

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