terça-feira, 14 de junho de 2011

Marina.

Na verdade, havia um sorriso, e ela me disse adeus tão rápido quanto a lágrima que escorreu depois. E eles nem me pertenciam, mas a dor era tão íntima quanto a imaginação que lhe abraçava.

Era mais uma tristeza, mais uma alegria, mais uma inconstante, mais uma ciumenta, mais uma possessiva.

Solitária, com as flores na mão, debaixo da chuva, lágrimas disfarçadas e rímel escorrendo pelas bochechas rosadas. Era primavera, mas seu corpo vivia um inverno. Estava (des)arrumada, e caminhava desconcertada em suas sapatilhas pretas de bolinhas brancas, dentro daquele vestido florido, e agora, encharcado. 

O coração partido em mil pedacinhos. Um mais dolorido que o outro. Não havia razão aparente, já que não havia par, mas talvez ser ímpar fosse o motivo pro todo. Não era o fim, já que nunca houve começo. Era a valsa de uma só, uma dançarina que sempre perdeu, e nunca teve tempo de ganhar. 

Sem reação, perdia o pulso, o compasso, a vida.
Morria.

Do banco que havia sentado, foi desmaiada ao chão. O buquê caiu sobre seu peito, e os olhos castanhos se fecharam como se adormecesse. A chuva lavou sua alma, sendo expectadora de seu último suspiro.

Marina, ali no chão molhado e frio, morreu de amor.


0 comentários: